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Construção 4.0: A resposta para o desperdício de bilhões no setor

Enquanto bilhões aguardam investimento na infraestrutura nacional, a experiência de pioneiros revela que o caminho mais rápido para a eficiência passa pela precisão milimétrica no controle de processos

Assessoria de Imprensa

12/11/2025 14h38


Uma contradição fundamental define o futuro da construção brasileira: ao mesmo tempo em que grandes investimentos estão programados, a recente Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), do IBGE, revelou que até 40% dos materiais são desperdiçados por imprecisão na execução.

Com o setor enfrentando desafios estruturais crescentes, essa ineficiência deixou de ser aceitável.

Os números que explicam a urgência da transformação são alarmantes.

Segundo dados recentes da Fundação Getúlio Vargas, 94% das construtoras enfrentam escassez de m&ati

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Uma contradição fundamental define o futuro da construção brasileira: ao mesmo tempo em que grandes investimentos estão programados, a recente Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), do IBGE, revelou que até 40% dos materiais são desperdiçados por imprecisão na execução.

Com o setor enfrentando desafios estruturais crescentes, essa ineficiência deixou de ser aceitável.

Os números que explicam a urgência da transformação são alarmantes.

Segundo dados recentes da Fundação Getúlio Vargas, 94% das construtoras enfrentam escassez de mão de obra qualificada, sendo que 60% dos profissionais nunca fizeram cursos de qualificação formal.

O problema do desperdício é igualmente crônico: um levantamento da Abrelpe já apontava em 2021 que o Brasil gerou 48 milhões de toneladas de resíduos de construção, dos quais apenas uma pequena fração é efetivamente reciclada. Esta combinação explosiva força uma reavaliação fundamental sobre como construir infraestrutura no país.

O principal obstáculo para otimizar esses investimentos é conceitual. Muitos empresários confundem telemetria passiva – que apenas monitora dados como consumo de combustível – com controle ativo de obras, que utiliza modelos digitais 3D para comandar máquinas em tempo real.

Esta distinção define fundamentalmente o retorno sobre qualquer investimento em digitalização.

O controle a partir da cota do projeto ("design-down") materializa o modelo digital diretamente no terreno com alta precisão, podendo chegar a poucos milímetros na pavimentação.

Para perspectiva, essa precisão pode reduzir o desperdício de concreto em até 15% por obra, representando uma economia significativa em grandes projetos, com grandes benefícios de maior produtividade na obra e melhor dirigibilidade e segurança no resultado final.

A Construtora Tripoloni, pioneira desde 2013, documenta os resultados de sua evolução tecnológica: iniciou na terraplenagem com motoniveladora e trator de esteiras e expandiu metodicamente a pavimentação e fresagem nos anos seguintes, validando cinco benefícios mensuráveis – redução de erros humanos, maior precisão na execução, gestão digital completa, eliminação de retrabalho e eficiência operacional.

Esses ganhos foram comprovados em mais de 500 km de rodovias federais, incluindo os 157 km da BR-222/MA e os 142,04 km da PRC-280/PR, dispensando métodos convencionais e criando um novo padrão técnico para toda a região.
Além dessas experiências em projetos rodoviários, também estabeleceu um marco em pavimentação de asfalto em aeroportos em uma obra na Bolívia.

Apesar de cases documentados, a adoção permanece limitada por barreiras estruturais.

Mais de 60% das empresas de construção civil têm dificuldade para contratar profissionais qualificados, segundo o mesmo estudo da FGV, um desafio agravado pela falta de qualificação formal da maioria dos trabalhadores.

No campo tecnológico, embora o uso de tecnologias digitais tenha crescido significativamente nos últimos anos, o segmento de infraestrutura ainda apresenta defasagem considerável em relação às edificações.

O paradoxo é evidente: o setor reconhece a necessidade da transformação, mas a implementação esbarra na resistência cultural e falta de capacitação.

A boa notícia é que a democratização da tecnologia já começou. Com a crescente direção dos investimentos para softwares de gerenciamento, o setor sinaliza uma mudança estrutural definitiva.

Casos como o da D'Itália Empreendimentos, aplicando controle 3D na infraestrutura de condomínios residenciais, demonstram que alta produtividade, precisão milimétrica e gerenciamento de obras on-line, à distância, não são exclusividade de megaobras.

Uma década após as primeiras implementações bem-sucedidas no país, a velocidade de adoção nos próximos anos determinará se os grandes investimentos programados serão aplicados com máxima eficiência ou perpetuarão décadas de desperdício no setor.

* Franco Ramos, gerente de Desenvolvimento de Canais e Alianças Tecnológicas da Trimble para a América Latina

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