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A evolução do uso da madeira na construção civil

Nos últimos anos, esse material milenar passou por um processo de ressignificação, sendo cada vez mais reconhecido não apenas por seu valor estético, mas também como uma alternativa sustentável na construção civil

Assessoria de Imprensa

15/09/2025 11h45


Por Silvio Lima*

A madeira acompanha a história da humanidade desde os primeiros abrigos erguidos de forma rudimentar até projetos arquitetônicos de vanguarda que hoje se destacam em todo o mundo.

Nos últimos anos, esse material milenar passou por um processo de ressignificação, sendo cada vez mais reconhecido não apenas por seu valor estético, mas também como uma alternativa sustentável na construção civil.

Dados recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostram que a madeira é responsável por mais de 10% de todos os insumos

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Por Silvio Lima*

A madeira acompanha a história da humanidade desde os primeiros abrigos erguidos de forma rudimentar até projetos arquitetônicos de vanguarda que hoje se destacam em todo o mundo.

Nos últimos anos, esse material milenar passou por um processo de ressignificação, sendo cada vez mais reconhecido não apenas por seu valor estético, mas também como uma alternativa sustentável na construção civil.

Dados recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostram que a madeira é responsável por mais de 10% de todos os insumos utilizados na construção mundial.

No Brasil, estudos do Instituto Brasileiro de Árvores (Ibá) apontam que o setor florestal responde por 1,2% do PIB nacional, movimentando cerca de R$ 97 bilhões ao ano. Esse cenário reflete o crescimento contínuo da madeira como insumo estratégico.

Na construção civil, o avanço tecnológico em tratamento e preservação tem ampliado o uso da madeira em obras de diferentes portes. O desenvolvimento de soluções químicas de alta performance permite que o material apresente maior durabilidade, resistência a intempéries e proteção contra fungos e insetos, eliminando preconceitos históricos em torno de sua vulnerabilidade.

A madeira tratada tornou-se um elemento central em projetos que buscam reduzir a pegada de carbono. Em comparação com concreto e aço, a madeira é o único material de construção que retém carbono em vez de liberá-lo em sua produção. Segundo estudo da International Energy Agency (IEA), estruturas de madeira podem reduzir em até 40% as emissões de CO₂ de uma obra em relação aos métodos tradicionais.

Além da questão ambiental, a madeira oferece ganhos econômicos. Estruturas em wood frame, por exemplo, permitem maior rapidez de execução e menor desperdício de materiais. No Brasil, essa tecnologia já é adotada em empreendimentos habitacionais, comerciais e até industriais, com potencial de expansão acelerada nos próximos anos.

O cenário internacional reforça a tendência. Países como Canadá, Estados Unidos, Japão e nações da União Europeia têm registrado crescimento expressivo no número de edifícios erguidos em madeira engenheirada. O caso emblemático é da Áustria, onde arranha-céus de madeira laminada colada cruzada (CLT) transformaram o skyline urbano e provaram que o material pode ser usado com segurança em grandes alturas.

No Brasil, o movimento começa a ganhar força. Universidades, centros de pesquisa e empresas especializadas têm desenvolvido estudos e soluções para adaptar tecnologias globais à realidade local. A regulamentação técnica também evolui, com normas que conferem maior segurança ao uso da madeira em edificações permanentes, incluindo construções de médio e alto padrão.

Nesse contexto, o papel da indústria química é fundamental. Produtos de preservação e acabamento garantem que a madeira brasileira, proveniente de florestas plantadas e manejadas de forma sustentável, atenda aos mais altos padrões internacionais de qualidade. Isso não apenas fortalece o mercado interno, como abre portas para exportações cada vez mais relevantes.

Vale destacar que o Brasil possui uma das maiores áreas de florestas plantadas do mundo, com cerca de 10 milhões de hectares, segundo a Ibá. Esse patrimônio oferece condições únicas para que o país se torne protagonista na transição da construção civil para modelos mais sustentáveis e alinhados às diretrizes globais de ESG.

O futuro da madeira na construção civil passa, portanto, pela inovação contínua e pelo compromisso ambiental. A combinação de tecnologias químicas de preservação, boas práticas de manejo florestal e regulamentações adequadas cria um ecossistema que favorece a expansão do uso desse material em larga escala.

É preciso também vencer barreiras culturais. Durante décadas, a madeira foi associada a construções provisórias ou de menor valor agregado. Hoje, o desafio é reforçar a percepção de que, quando tratada e utilizada corretamente, ela se torna um insumo nobre, versátil e indispensável para a arquitetura contemporânea.

Assim, a evolução do uso da madeira na construção civil reflete uma convergência entre tradição e inovação. Trata-se de resgatar um material ancestral, dotá-lo de novas propriedades e recolocá-lo como protagonista na busca por cidades mais sustentáveis, eficientes e alinhadas às demandas do século XXI.

*Silvio Lima é gerente nacional da unidade Industrial da Montana Química, uma indústria especializada na formulação de produtos e soluções para a alta performance na construção civil

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