Em situação particularmente difícil, o Brasil apresenta alguns dos custos logísticos mais altos do mundo. Aproximadamente 31,8% desses custos são relativos à distribuição. O motivo é uma combinação de infraestrutura insuficiente, altos encargos de armazenamento e rastreamento insuficiente de produtos no sistema.

Além disso, o desvio de carga também representa um desafio persistente no país. É difícil obter números exatos, mas estima-se que 11 em cada 100.000 veículos de carga sejam vítimas dessas ações.

A solução para esses problemas pode ser a tecnologia blockchain, que não significa apenas comércio de criptomoedas, como muitos pensam. Afinal, o aspecto mais importante do serviço é o chamado livro razão distribuído.

Embora possa ser utilizado para armazenar valor, o livro razão do blockchain também pode armazenar dados relacionados a operações. Assim, é possível aproveitar a tecnologia para armazenar e compartilhar informações relacionados à logística.

A principal vantagem é que o blockchain é imutável. E a imutabilidade é particularmente útil em um cenário de logística em que há muitas entidades diferentes envolvidas.

O Brasil já identificou o potencial da tecnologia. Um exemplo interessante é a parceria entre a IBM e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

O projeto interliga o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), centros de certificação de alimentos Halal e empresas de logística. Por meio de um aplicativo, os consumidores podem monitorar todo o processo de produção de alimentos, aprimorando sua confiabilidade.

Nos próximos anos, cases como esse tendem a se multiplicar. O Brasil ainda tem muitos desafios pela frente, mas a tecnologia blockchain oferece uma oportunidade para impulsionar as perspectivas econômicas do país.