À beira do Deserto de Mojave, onde caminhões de carga rugem pela rodovia I-10, uma revolução silenciosa está em andamento.

A nova estação de recarga em Colton, Califórnia - construída pela Greenlane Infrastructure e equipada com tecnologia da ABB - é mais que um simples posto de caminhões.

É um protótipo de como a indústria de transporte de cargas nos EUA pode finalmente se tornar elétrica.

Este local é o primeiro de uma rede nacional planejada de estações de recarga elétrica de alto desempenho e de abastecimento de hidrogênio.

Mas, para tornar essas estações viáveis, a Greenlane precisou responder a uma questão central para qualquer um que atue no setor de transporte elétrico de cargas.

Será que carregar um caminhão elétrico pode ser tão rápido e conveniente quanto o diesel — sem sobrecarregar a rede elétrica?

A Greenlane compartilhou seus desafios operacionais - desde a demanda imprevisível por recarga até as restrições de capacidade da rede - e colaborou com a ABB para definir a abordagem certa.

Juntas, desenvolveram um sistema projetado não apenas para funcionar hoje, mas também para crescer com a tecnologia de amanhã.

“O carregamento em alta velocidade para veículos elétricos pesados não é como carregar um carro. A demanda de energia é exponencialmente maior e exige um gerenciamento criterioso para evitar que a rede fique instável”, afirma Raj Jhaveri, CTO da Greenlane.

Em vez de grandes novas conexões com a rede, a equipe Greenlane-ABB focou no gerenciamento inteligente de energia, para usar a eletricidade existente de forma mais eficiente.

A ABB entregou um sistema de controle baseado em SCADA que coordena todas as cargas principais do local - de carregadores a equipamentos de distribuição - mantendo-se dentro dos limites da concessionária e evitando apagões.

Se a demanda de energia ficar muito alta, o sistema reduz automaticamente a potência de determinados carregadores, começando pelas unidades lentas de recarga noturna e só diminuindo os rápidos em último caso.

É um sistema dinâmico e invisível que permite a Colton operar dentro da sua alocação de rede, enquanto se prepara para adicionar energia solar, baterias de armazenamento e, finalmente, dar o próximo grande salto: os Sistemas de Recarga de Megawatts (MCS), capazes de oferecer 480 km de autonomia em 30 minutos - exatamente o tempo de descanso obrigatório dos caminhoneiros nos EUA.

O local já está preparado para integrar as três tecnologias conforme as necessidades do mercado evoluam.

Ao planejar uma rede nacional, manter o controle, explica Jhaveri, - sem estar fisicamente presente em cada ponto - é prioridade.

Com a capacidade de chaveamento remoto da ABB, os operadores da Greenlane podem abrir e fechar disjuntores em sistemas de baixa e média tensão com segurança, sem estar no local - algo raro hoje em recarga de veículos elétricos.

O acesso é rigidamente controlado e restrito apenas a operadores autorizados.

“Os sistemas legados exigiam que alguém estivesse no local apenas para religar um disjuntor. Agora podemos fazer isso remotamente, automaticamente, em alguns casos, o que acelera os processos e mantém as estações em funcionamento”, afirma Jhaveri.

Alertas em tempo real, enviados por e-mail ou SMS, oferecem visibilidade instantânea sobre o que acontece na estação.

E, com supervisão centralizada, a Greenlane consegue expandir sua rede sem aumentar as equipes de campo, reduzindo custos de operação e manutenção e melhorando os tempos de resposta.

Futuro - A Greenlane planeja abrir novas estações ao longo do corredor Los Angeles–Las Vegas e além, construindo a confiança de que os operadores de transporte precisam para migrar para veículos elétricos em grande escala.

Seu primeiro cliente, a transportadora Nevoya, que opera exclusivamente caminhões elétricos, já está utilizando o local.