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12/11/2025 14h51
Em um feito histórico para a logística fluvial do continente, o Brasil concluiu com sucesso a primeira operação de embarque de barcaças empilhadas transversalmente em um navio de carga pesada, realizada na Terminal Atem Tapanã, em Belém (PA).
A manobra, concluída no final de outubro de 2025, consistiu na estiva de 16 barcaças, as primeiras de um total de 400 unidades, sobre o navio AAL Hamburg, especialmente contratado para essa missão.
Em vez de usar o método tradicional com embarcações semissubmersíveis, a equipe optou por uma técnica de içamento em tandem, capaz de elevar com precisão cada barca&cc
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Em um feito histórico para a logística fluvial do continente, o Brasil concluiu com sucesso a primeira operação de embarque de barcaças empilhadas transversalmente em um navio de carga pesada, realizada na Terminal Atem Tapanã, em Belém (PA).
A manobra, concluída no final de outubro de 2025, consistiu na estiva de 16 barcaças, as primeiras de um total de 400 unidades, sobre o navio AAL Hamburg, especialmente contratado para essa missão.
Em vez de usar o método tradicional com embarcações semissubmersíveis, a equipe optou por uma técnica de içamento em tandem, capaz de elevar com precisão cada barcaça de 380 toneladas, exigindo sincronia milimétrica entre os guindastes e um rígido controle de estabilidade do navio.
O processo foi precedido por extensos estudos de viabilidade e engenharia, envolvendo múltiplos agentes do setor naval brasileiro, entre eles a Capitania dos Portos da Amazônia, o terminal da Atem, equipes de engenharia naval e consultores logísticos, além dos inspetores marítimos e despachantes aduaneiros que acompanharam o embarque.
Construção nacional e destino estratégico - As barcaças foram construídas nos estaleiros Rio Maguarí, em Belém, e Juruá, em Manaus - ambos reconhecidos pela qualidade de suas embarcações fluviais.
O destino final é o porto de Nueva Palmira, no Uruguai, administrado pela Administração Nacional de Portos (ANP).
Lá, as embarcações passarão a integrar a frota da LHG Logística (antiga TBN), dentro de um projeto financiado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Esse programa visa fortalecer o transporte de cargas pela Hidrovia Paraguai–Paraná, eixo logístico vital que conecta Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, reduzindo custos operacionais e ampliando a competitividade comercial do Cone Sul.
Com essa operação, o Brasil consolida-se como força motriz na integração fluvial e portuária da América do Sul.
Cooperação e avanços para o setor fluvial - A complexa operação envolveu um ano de preparação e a colaboração entre dezenas de profissionais de diferentes especialidades.
Segundo engenheiros envolvidos, o sucesso da empreitada “reflete o avanço da indústria naval brasileira e sua capacidade de executar operações de padrão internacional”.
Para a LHG Logística, essa primeira remessa representa um passo decisivo no plano de modernização e expansão do transporte fluvial regional, reforçando sua atuação em rotas que integram a Amazônia aos portos do Atlântico Sul.
Já para o Brasil e o Uruguai, o projeto reafirma o compromisso com o desenvolvimento de uma malha logística sustentável e interconectada, baseada na eficiência energética e na redução das emissões do transporte terrestre.
Com o embarque concluído, o AAL Hamburg parte agora rumo ao Uruguai, levando não apenas as 16 barcaças, mas também o símbolo de uma nova etapa de cooperação e inovação na navegação do Cone Sul, que tende a redefinir os fluxos comerciais entre as maiores economias fluviais da região.
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